OBRAS
ARTISTA
Artista desde o berço,
Roger Silva sempre se expressou através da arte. Da infância permeada por
estudos sobre os personagens de histórias em quadrinhos, até a paixão pelos
grandes pintores. Seus quadros são carregados de expressividade, o artista
fundamentou seu trabalho sempre buscando aprimorar e representar a realidade a
seu modo em suas telas. Seu ponto forte é o desenho, expressivo, preciso e
único. Autodidata, o artista transfere a realidade para a tela com seu toque
especial sugestivo e marcante seja em suas paisagens ou em retratos, um dos
pontos de maior destaque em seu trabalho.
Tendo participado de
dezenas de exposições e salões de arte pelo Brasil e também recebido diversos
prêmios e menções honrosas, o artista vive e respira arte produzindo trabalhos
e ensinando novos artistas os segredos do desenho e da pintura.
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ENTREVISTA COM ROGER SILVA
Flores, retratos, paisagens, contemporâneos, o artista
domina com facilidade todo tema e estilos. Qual deles o satisfaz mais como
artista?
Acho que aquilo que posso criar com mais liberdade, mesmo
sendo um retrato podendo dar toques ou a minha “cara” no trabalho.
Suas releituras dos grandes mestres são surpreendentes. Como
é chegar tão perto do estilo desses grandes artistas e qual seria a proposta
das releituras em suas obras?
Como não tenho formação acadêmica, copiar grandes mestres
sempre foi uma maneira de desenvolver minha pintura. Aprendi muito dessa forma
e através de livros sempre aprimorando algumas técnicas. Mas não reproduzo tão
fielmente suas obras, isso demandaria muito mais tempo e estudo e este nem é o
objetivo de reproduzir algo 100% fiel. É mais como uma diversão. Um passeio no
parque. Eu gosto também de misturar o clássico com o contemporâneo.
Qual seria o prazer que o retratado tem em ser imortalizado
numa obra? Por que isso causa tanta sensação nas pessoas?
Eu não saberia dizer exatamente. É uma boa ideia para que
peça feedback aos retratados. Sei que em geral as pessoas gostam muito. Talvez
porque sempre tenhamos visto a beleza nos retratos imortalizados nas obras
clássicas. Talvez porque tenhamos sido condicionados a reconhecer rostos e padrões
desde bebês. Rostos são as primeiras coisas que vemos ao nascer, a reconhecer
expressões, é através deles que nos comunicamos com o mundo quando bebês. E um
rosto que retrate bem a pessoa geralmente tem sucesso entre as pessoas, nos
fascina este tipo de técnica...
Todo artista se apega a sua criação, teve alguma obra sua
que teve mais dificuldade em se desfazer?
Talvez aquelas que retratem a família ou tenham algo a ver
com pessoas próximas, estas não me desfaria creio eu. Mas venderia meu auto retrato
se quisessem comprar (risos). Não me apego muito as telas em geral. Faço elas
sempre pensando que um dia tomarão o mundo. Tenho prazer em ver elas depois em
algum lugar e saber que fiz, relembrar...como filhos que você os cria com
carinho, mas depois os vê crescer e ter identidade própria. De qualquer forma
meu nome sempre estará ali.
O que o iniciou no mundo das artes?
Eu sempre gostei de desenhar muito, desde muito cedo os 4 ou
5 anos, desenhava muito quando criança. Gostava muito de HQs de super-heróis e
devorava lendo e desenhando, copiando os mestres das HQs. Mas só fui pintar
mesmo após os 20 anos. Acho que foi uma progressão natural. Depois que comecei
a pintar me encontrei no lugar ao qual pertencia.
Se puder nos dizer, qual seria a encomenda mais inusitada e
qual foi seu maior desafio?
Inusitado? Não me lembro de nada exatamente, mas talvez
pintar pessoas reais em situações constrangedoras, momentos íntimos sem seu
aparente consentimento, desses eu declino da proposta. O maior desafio foi
pintar um altar de Igreja em torno de 11m de altura.
Ao pintar um retrato, o artista tem preferência por alguma
técnica ou estilo?
Ou prefiro sempre aquilo que me dê mais liberdade de
trabalhar, interpretar o tema.
Como autodidata, você não acha que aprender sobre arte, além
da história e técnicas, esse excesso de informações, de certa forma corrompem o
estilo do artista?
Acho que aprender nunca é demais. O que importa é o que você
faz com o que aprende. Muitos grandes artistas também não pintavam apenas um
estilo, a Historia tratou de moldar um estilo para eles e outros tinham suas
“fases”, muito bem pensadas, diga-se de passagem. Há aqueles que gostam de
sempre fazer a mesma coisa. Eu, particularmente não gosto de fazer sempre a
mesma coisa, gosto de fazer várias coisas, de testar, ver até onde posso ir.
Adoro Beethoven, assim como adoro um punk rock tosco, maravilhoso dos
Replicantes, por exemplo. Para mim eles dão o mesmo tipo de prazer, ao
apreciá-los, dependendo do meu dia. Mas nem por isso tento buscar uma coesão no
que faço, sempre, é claro, há uma preocupação com isso. Neste sentido ainda
estou juntando informações, moldando aquilo que pode vir a ser um estilo mas
não esquento muito a cabeça com isso.
De onde vem inspiração para produzir tantas obras?
Eu sei que as pessoas gostam de ouvir belas palavras nesta
hora mas acredito que venha do amor a Arte unido ao instinto de sobrevivência
nesse mundo caótico. A arte dá sentido a minha vida ao menos.
Projetos ou exposições futuras, o que Roger Silva nos
prepara?
Trabalhar, trabalhar e trabalhar sempre, não tenho planos a
curto e médio prazo, mas estou aberto a ouvir propostas interessantes (risos).
Se trabalharmos as coisas simplesmente acontecem.
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