EXPOSIÇÃO "LIMITES IMPRECISOS" - Raphael Alves

DE 24 DE MARÇO À 24 DE ABRIL DE 2015

Este ensaio mostra a região "Recôncavo Baiano", no Nordeste do Brasil, mais precisamente, nas imediações da Baía de Todos os Santos. Trata-se de uma das primeiras partes do Brasil exploradas pelos portugueses, logo que aportaram em solo americano. O território reúne uma grande mistura de pessoas que deixaram sua marca na cultura, gastronomia e arquitetura, contribuindo para a complexidade ea singularidade cultural. É também uma região com incríveis variáveis ​​físicas naturais e dinâmica histórica. Ao mesmo tempo, a região é uma massa de informações, às vezes contraditórias, às vezes incompleta.























BIOGRAFIA


RAPHAEL ALVES



 Nascido em Manaus, Amazonas, Raphael Alves tem se dedicado a transcrever visualmente as questões antropológicas, sociais, históricas e ambientais da região em que vive.

Estudou Comunicação Social na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Fotografia na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Artes Visuais no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Concluiu também o Master of Arts em Fotojornalismo e Fotografia Documental na London College of Communication / University of the Arts, em Londres.

​Suas imagens foram publicadas por jornais (como A Crítica, Diário do Amazonas e Amazonas Em Tempo) e revistas (como Estação, Empório Amazônia, Valer Cultural, Metrópole, Ciência Para Todos e Amazonas Faz Ciência). Atualmente é colaborador da Agence France-Presse em Manaus (AM).

O trabalho de Raphael Alves foi premiado na 31 ª edição do The Best of Journalism da Society for News Design, 2010. Também ganhou o prêmio Fiema (Feira Internacional de Tecnologia Para o Meio Ambiente) de Jornalismo Ambiental, em 2010; duas vezes o Prêmio Nacional de Fotografia ABRALE / SENAC (2010 e 2011). Em 2012, recebeu uma menção honrosa na Concurso Cultural Leica Fotografe. Em 2014, o ensaio “Limites Imprecisos”, de Raphael Alves, foi premiado com o primeiro lugar no Leica X Photo Contest.


​Por seu trabalho, Raphael Alves recebeu ainda moções de parabenização na Câmara Municipal de Manaus, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas e no Senado Federal.



ENTREVISTA

O que o artista levou mais em conta no trabalho “Limites Imprecisos”, a técnica ou a intuição?

Olha, eu não costumo prestar muita atenção à parte técnica. Claro que sempre que possível, se faz uma medição de luz correta, foco apurado. Mas prefiro me ater mais ao conteúdo. Aliás, sobre isso, compararia a fotografia atual ao movimento parnasiano. Existe uma sacralidade da forma, as pessoas querem muito mais saber sobre como a fotografia foi feita, e deixam de lado o conteúdo, a mensagem.


“Limites Imprecisos” não são apenas fotos fora de enquadramento, o que esses limites tentam esconder e ora revelar?

Acho que o ponto principal do ensaio é um aspecto extremamente pessoal. Ali nas fotos, está o ápice do encontro com pessoas, seres humanos de verdade. O que talvez esteja por trás de todas as imagens, é o momento certo de baixar a câmera e compartilhar da presença de outras pessoas. Aprender, ouvir, rir, se emocionar...


O cotidiano dos habitantes, que descansam, brincam, conversam, sugerem um conformismo com a pobreza, ou jeito simples do homem rústico. Existe uma carência de saneamento na região? É uma forma do artista denunciar essa carência?

Pelo contrário. Meu objetivo não é denunciar. Com certeza há carências na região, como existem problemas em várias outras partes do País. Se tem algo ali que “denuncio” é a sinceridade, pureza e lição de vida de cada uma das pessoas envolvidas naquele espaço-tempo.

Transparece uma cumplicidade, um convívio do fotógrafo e os personagens. Teve uma espécie de laboratório, uma entrevista com os fotografados antes de bater as fotos?

Entrevista, não. Mas aprendi muito ouvindo aquelas pessoas. Verdadeiras lições de vida, como com o Sr. Edivaldo (que aparece numa imagem com árvores e um cavalo ao fundo). A história dele é espetacular. Esquecido pela família, por ter alguns problemas psicológicos, todo dia, além de cuidar de seu pequeno rancho, ele recebe a visita do único irmão que o visita, leva alimentos e remédios. Assim, a gente aprende várias coisas como o que é ser parte de uma família de verdade.

 “Limites Imprecisos” remete uma história em quadrinhos, não parece haver uma sequência correta, existe um clímax instigante, como se um evento iminente estivesse para acontecer, a sugestão das sombras dizem isso. Pode nos revelar o mistério de “Limites Imprecisos”?

Bom, acho que não tem um mistério. Não é uma narrativa lógica, muito menos cronológica. Acho que é um conjunto de sentimentos expressos em imagens que buscam gerar sentido. Mas só geram sentido de acordo com a percepção de cada espectador/observador das imagens. Talvez haja um mistério que nem eu mesmo desvendei. Talvez não tenha nada...

Em toda exposição o artista tem uma obra com a qual ele se identifica, ou mais de uma. O que você pode falar a respeito desta(s) obra(s) em matéria de curiosidade?

Posso dizer que cada detalhe, cada pedacinho de imagem ali fala muito mais de mim do que de qualquer outra coisa. Aliás, acho que a fotografia é exatamente isso: cada imagem é uma projeção de si mesmo.

CONTATO COM O ARTISTA:

Site: http://www.photoraphaelalves.com/
E-mail: fjv.raphael@gmail.com


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