VINTELAS - ANTÔNIO CARLOS NICOLIELO


OBRAS



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Bikes



Bonecas



Casamento em Campo de Girassóis



Casório



Chegada de Autoridade



Costureiras



Dança Gaúcha



Golf



Malabares



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Passagem dos Noivos



Pipas



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Santa Rita



Truco



Partida na Chuva



Baianas


Regacuore


O ARTISTA


Antônio Carlos Nicolielo

 

Nicolielo, tela de Virgínia Peloso


  Antônio Carlos Nicolielo nasceu em Nova Europa (SP), em 11 de fevereiro de 1948. Iniciou sua atividade profissional em Bauru (SP), trabalhando como repórter, redator e chargista político dos jornais Folha do Povo, Jornal da Cidade e Diário de Bauru. Foi também Diretor de Arte do Departamento de Marketing do Banco Noroeste do Estado de São Paulo, Editor de Arte da Revista Noroeste, capista e ilustrador das revistas Visão, Veja, Status, Viaje Bem, Futuros/Agronegócios e da Bolsa Mercantil & Futuros de São Paulo. 
  Nico foi chargista e ilustrador de jornais como Diário de S. Paulo, Diário da Noite, Folha de S. Paulo e Folha da Tarde; foi colaborador de O Pasquim. No exterior, publicou em países como Alemanha, Canadá, Grécia, Alemanha, Bulgária e Polônia. 
  Em 1985 foi escolhido e premiado pela Comissão Editorial Europeia como um dos mais importantes cartunistas do mundo (Skona Skant - 170 Cartoonister - Bra Brocker Editora - Suécia).
  Desde 1998 é afiliado ao Cartoonist & Writers Syndicate e ao The New York Times Syndicate, que distribuem seus trabalhos para mais de 150 publicações no mundo todo.
  Tem obras no Museum of History, em Bonn (Alemanha); House of Humor, em Gabrovo (Bulgária); Museum of American Life, em Hartford (EUA); Museum of Cairo (Egito); Museo do Humor de Galícia (Espanha). 


ENTREVISTA COM ANTÔNIO CARLOS NICOLIELO


O artista começou sua carreira como repórter, depois redator e chargista. Em que momento de sua vida começou a arte em telas?

Fui convidado pelo Prof. Pietro Maria Bardi para fazer uma exposição no MASP, em 1979. Obras em aquarela sobre papel. Quando ele viu o trabalho pronto, ele disse que eu não era desenhista. Eu era pintor que sabia da escolha das cores. Aconselhou que fizesse meus trabalhos em tela, com maior perenidade. Demorei mais de dois anos para dominar a técnica de pintura em telas.

Suas telas são bastante originais, os personagens são alegres e sua energia salta da tela. O que o inspirou a criar personagens tão dinâmicos?

Foi uma transição do cartum e da charge para a tela. Apenas defini a técnica e personagens. Conservaram a rapidez e dinamismo do trabalho do dia a dia.

Os temas de suas pinturas são cheios de gente, com casamentos, momentos inusitados, algo diferente dos temas de outros artistas mais bucólicos ou românticos. Não há espaço para tristeza nas telas de Nicolielo?

Apenas um resgate de coisas que não mais existem. Coisas trazidas da infância, com cheiro de Maria Fumaça e coisas de praças: pipoca, algodão doce. E foi passado alegre. Toda minha pintura é inspirada no ar livre, nas festas religiosas e folclóricas, sem coisas tristes.
  
Outra coisa que chama atenção em Vintelas são características de cidade do interior. Existe um resgate a essa memória?

Sim, disse aí em cima. Sou de cidade pequena, onde todo mundo se conhece e se encontram no espaço livre das praças com um coreto no meio. O resgate vem da memória festiva.

Algumas destas telas participam do projeto "L'arte èmobile". Poderia nos explicar sobre esse projeto? ( https://www.youtube.com/watch?v=WTnRMwsttYg )

Eu fiz um trailer para passear e pescar. Daí, tive a ideia de expor minhas obras pelo caminho. Chego num lugar e armo minha exposição. As crianças aparecem do nada, como formigas no açúcar.



Nicolielo também é chargista. Como é o desafio de criar charges políticas em nosso país? Seria um prato cheio ou é complicado se inspirar com tantos casos de corrupção?

Temos a piada pronta. Basta apenas desenhar. Faço charges há quarenta e cinco anos, sem falhar um dia sequer, que eu me lembre. Hoje mantenho o objetivo que é denunciar através do humor. Assusta-me a banalidade da corrupção, onde o crime abranda a crítica, como se eu estivesse fazendo o óbvio, sem que ninguém ligasse pra isso.

Como chargista político, está mais que ciente dos problemas na área da cultura em nosso país. Qual seria a piada mais sem graça dessa situação?

Faço mais humor de análise. Trabalho com uma certa angústia, como se as coisas não mais tivessem solução. O humor é acrescentado como um tempero amargo. Como se esse tipo de arte estivesse perdendo a força.

Sem sombras de dúvidas os teus belos quadros têm uma mensagem de sociabilidade, humor, celebração a vida. Que outras mensagens o expectador pode captar das obras?

Que a Arte ainda é possível como elemento agregador de pessoas sem distinção de raça, sexo e cor. Ponto de encontro em meio a cores.

Entender de política já é algo bem complicado, mas fazer charge de humor me parece ainda mais complexo, penso que o artista deve ter certa imparcialidade partidária e senso de justiça para a piada sair engraçada. É realmente complicado assim?

Totalmente apartidário, o que não está acontecendo nos dias atuais entre os chargistas. A tomada de posição, no caso, está indispondo a classe. Uma situação atípica que espero que logo passe.

Fale-nos dos novos projetos de arte e o que podemos ver no seu site. 

O projeto se torna novo cada vez que chega em uma praça. Ficarei nisso, viajando com o projeto e expondo onde me permitirem


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